quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sem surpresas, por favor.

Tanto tempo demorei para conseguir andar até a porta e sair. Pensei em continuar te guardando na minha gaveta empoeirada. Mas acabou. Acabaram-se os sonhos, as chances, a espera. Você conseguiu levar tudo o que cabia entre seus braços, onde eu costumava estar. Está tudo paralizado, meio dolorido. Então, aqui estou, queimando documentos e fotografias. Transformando memórias em cinzas. É como se nunca houvesse existido, algo tão grande assim. Você e eu, não estamos mais aqui. Não estamos na plataforma escura. Não estamos observando as luzes da cidade. Não gostamos de Shakespeare, nem ao menos estamos bebendo Batida de morango. Tudo o que eu preciso é... qualquer coisa além de você. Eu não preciso relembrar nossos dias, isso apenas me deixaria magoada. Você não me deixou falar, quando eu mais precisava gritar bem alto. Eu tentei ser grande, mas você recusou em me deixar crescer. Colocou-me na jaula do leão. Quase fui engolida, junto com minhas lamentações. Não resta mais nada do que foi nosso, pois o "nosso" se foi. Foi-se junto com o seu "para sempre", junto com as minhas últimas respostas engasgadas. Não apareça mais, não toque no assunto. Não tente arrancar minhas cicatrizes com suas unhas. A plataforma agora é apenas mais um lugar por onde caminho observando as pessoas, imaginando dê onde vieram, para onde vão. Apenas imagino, elas estão mais perto de mim do que qualquer outra coisa que eu possa imaginar, relacionada ao "nosso". Então, este, sim, é o último "nosso". O "nosso" fim.

domingo, 25 de julho de 2010

Dilacerado

As pessoas, às vezes, são como pombos. Empoleiram-se, depois voam para longe. Voam de volta para seus lares. E eu, ali continuo, esperando meus olhos cansados e minhas mãos começarem a enrugar. Sinto-me tão impotente, tão futilmente arrasada.
Meu lugar nunca foi e nunca será aqui. Aqui, continuarei sendo uma desconhecida, um pombo empoleirado para sempre.
Meu copo vazio, o gosto de álcool nas bordas. Minhas mãos geladas e o silêncio local. Ainda há cinco anos pela frente, até a comodidade invadir minhas entranhas e fazer-me permanecer aqui. E tudo aquilo se tornará mais uma de minhas ilusões. Então, encontrarei muitas companhias, muitos ouvidos atentos, para depois queimá-los vivos. Depois, chegarão a decepção e o desapontamento, que serão minhas novas companhias.
Pessoas fizeram-me odiar o meu mal necessário. Talvez eu precisasse de algum tipo de isolamento. Os lugares estão sempre tão cheios de gente...
As lembranças e os caminhos errados me trouxeram até aqui. E aqui permaneço. Até as coisas terminarem de apodrecer.

domingo, 11 de julho de 2010

Sorriso de Domingo

Enquanto a bela sinfonia saudava-nos em tons alternados
Lentamente, rapidamente, dois-pra-lá, dois-pra-cá
Você me balançava, de um lado para o outro
Me guiava. Meus pés quase sem tocar o chão. Eu estava flutuando em seus braços.
O seu dia foi meu. Os seus dias foram meus por inúmeras vezes, mas este, em especial, foi esplêndido.
Uma melodia italiana aquecendo a minha noite
Seus dedos pressionados contra a minha pele, tremendo
Passos improvisados em dois-pra-lá, dois-pra-cá
No aconchego da canção, deitei meu rosto em seus ombros
O Lá sustenido deixou muito a desejar. E chegou ao fim.
Silêncio.
Talvez mais alguma outra dança, quem sabe?
Porém, acordei.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Viver, Planejar e Sonhar.

Algumas coisas simplesmente surgem apenas para serem passageiras... E vão embora, levadas pelo tempo, pelo destino. Mas... Destino? Eu não acredito nisso. Não mais. Destino é algo que as pessoas inventam, tentando concretizar o que possuem em suas vidas, tentando torná-las mais importantes. Porque se o que possuem, foi trazido pelo destino, elas permanecem para sempre, teoricamente. Mas isso não existe. Nem destino, nem sorte. Real mesmo, são apenas as oportunidades e o empenho que você coloca naquilo que quer. Porém, nunca deve depender-se de um outro alguém. As pessoas possuem focos diferenciados. "Viva sua vida intensamente" parece uma frase tão clichê, mas é tão verdadeira. Enquanto nos mantemos em algum relacionamento, parece que nada mais importa, é tudo maravilhoso, porque você está ao lado de quem ama. E então, quando acaba, não há mais nada em volta, apenas você e a droga da sua depressão.
Depois de tantas experiências decepcionantes, eu fiz a lição de casa e aprendi que existem coisas tão importantes quanto "amores" ou, talvez, até mais importantes. Eu tenho pensado muito no meu futuro e em como eu realmente odiaria ter algo me prendendo aqui. Eu quero ser livre, quero viajar para bem longe daqui, conhecer pessoas novas, virar uma escritora conhecida, falar alemão fluentemente e trabalhar em Berlim. É, tenho mesmo muitos sonhos. Parecem bem individualistas. E são! Quero ser independente, quero ir além do que jamais fui, porque eu sei que sou capaz. Eu sempre fui capaz de conseguir o que eu desejasse, do fundo do meu coração. A única coisa que preciso fazer, é nunca deixar que alguém me derrube, porque eu sei que muitos tentarão. E assim que eu conseguir atingir meus sonhos, vou começar a pensar novamente em construir uma vida plena ao lado de alguém. É claro que muitas coisas podem acontecer antes disso, muitas pessoas passarão pela minha vida, algumas permanecerão, mas isso é outra história. Só sei que devemos aceitar todas as pessoas que entram em nossas vidas com uma enorme placa de "Bem Vindos", porque já fui surpreendidas por muitos que eu não apostaria nem um centavo de que se tornariam tão importantes para mim um dia. E devemos ter uma placa dentro do bolso, de "Mantenham a Distância", porque sempre existirão, também, pessoas que serão apenas "cones" em nossas vidas, que não servirão para nada ou apenas estarão ali para atrapalharem nossos planos. Essas devem ser mantidas bem longe!
Ainda tenho tanto a aprender, mas de uma coisa eu sei: Jamais construa sonhos em volta de um outro alguém, pois, assim como você, possui sonhos e planos que podem estar indo em direção contrária aos seus. Ame seus objetivos. AND BE HAPPY, DUDE.