quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Sem Escrúpulos

Por que essa saudade toda, dona mocinha?
Ele não tem uma vida plena, nem honestidade.
Não tem senso de humor, nem alacridade.

Ele não tem carro, nem lar.
Não tem chão, nem mar.

Ele é do tipo bandido. Cigarro e navalha na mão.
Ele é do tipo cafajeste. Sem dinheiro e cu na mão.

Por que essa vontade toda, dona mocinha?
Ele não gosta de Jazz, nem sabe seduzir.
Não sabe rezar, nem costuma sorrir.

Ele não tem lucidez, nem prudência.
Não tem lei, nem clemência.

Ele é do tipo cowboy. Pistola no bolso, calçando botina.
Ele é do tipo marginal. Viola roubada, cheirando cocaína.

Por que essa choradeira toda, dona mocinha?
Ele não é dono da verdade, nem tem certidão.
Não pagou as contas, nem sabe onde suas jóias estão.

Ele não tem terra, nem seguro.
Não tem passado, nem futuro.

Ele é do tipo malandro. Cinco putas e uma trepada ruim.
Ele é do tipo inconsequente. Álcool e sangue no botequim.

Então, me diga, dona mocinha.
Por que ainda não foi viver sozinha?